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Você com certeza já nos ouviu falar da Flávia Miranda, médica veterinária que dedica a sua vida para a conservação dos xenarthras (tamanduás, tatus e preguiças). Uma mulher admirável, que é fundadora e presidente do nosso querido Instituto Tamanduá.
Mas, apesar desse pequeno resumo sobre ela, você sabe mesmo quem é Flávia Miranda? Qual a história, trajetória e principais descobertas dessa pesquisadora? Para responder a todas essas questões, fizemos um texto sobre essa conservacionista tão importante. Continue acompanhando, que a inspiração será garantida!
Quando criança, Flávia morava em uma casa em Campo Grande, Mato Grosso do Sul.
Na época, era comum avistar tamanduás, tatus e outros animais da fauna no quintal da casa. A pequena Flávia já amava toda a biodiversidade: observava os animais e até mesmo catalogava insetos.
O seu amor por eles não parava por aí…Desde nova ela brincava de médica veterinária, fingindo fazer suturas e cirurgias em seu boneco Snoopy. Uma prévia da veterinária e pesquisadora incrível que ela viria a se tornar!
Amante da natureza, ao longo da infância virou escoteira e na adolescência, cursou o ensino médio em um colégio agrícola, onde realizava o manejo de animais domésticos e vivia cercada por animais selvagens. A escolha pela medicina veterinária não poderia ter sido melhor, concorda?!
Embora ao longo de sua trajetória tenha também trabalhado pela conservação de outros animais da fauna silvestre, não demorou para que os xenarthras ganhassem seu coração. Em 1997, logo nas férias do seu primeiro ano de faculdade, ela realizou um estágio no Zoológico de Bauru, onde cuidou pela primeira vez de um filhote órfão de tamanduá.
A paixão se estendeu pelos anos seguintes. Em seu Trabalho de Conclusão de Curso, estudou a anatomia e fisiologia dos tamanduás. E durante a residência trabalhou no Parque Zoológico de São Paulo (2001 – 2003), sendo a primeira residente em clínica médica e manejo de animais silvestres do país. Lá, ganhou muita experiência.
Em seguida, especializou-se em Clínica e Cirurgia de Animais Domésticos, na Universidade de Santo Amaro. Apesar do nome do curso, seu foco foi a clínica e epidemiologia de mamíferos em vida livre.
Realizou seu mestrado em Ecologia Aplicada, na Universidade de São Paulo (2005 – 2008), quando fez estudos sanitários de tamanduás-bandeiras de vida livre, nas áreas protegidas: RPPN SESC Pantanal, Parque Nacional da Serra da Canastra e Parque Nacional das Emas.
Seu doutorado foi na área de Zoologia, pela Universidade Federal de Minas Gerais (2013 – 2017), onde trabalhou com a taxonomia de tamanduaís (gênero Cyclopes). Além disso, Flávia é diplomada em Clínica e Manejo de Fauna Selvagem Neotropical pelo Zoológico de Cali (Colômbia). Quantos estudos e títulos, não é?!
Mas ainda não acabamos! Flávia também estudou a fundo as categorias e critérios da Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas de Extinção da IUCN, na Suíça, tornando-se membro do Grupo de Especialista em Xenarthras da IUCN, desde 2008. E por fim, também realizou cursos complementares, de curta duração, na Inglaterra e México. Uma longa jornada de aprimoramento acadêmico!
Após seu doutorado, começou a trabalhar na Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC), faculdade onde é professora e pesquisadora até hoje.
Ao longo da sua jornada acadêmica, Flávia assumiu papéis importantes:
Trabalhos e pesquisas que levaram a importantes realizações e descobertas!
Essa matéria ficaria imensa se fossemos pontuar todas as conquistas da Flávia Miranda. Afinal, felizmente, são muitas! Então decidimos trazer 5 das mais relevantes aqui:
Ainda em seu mestrado, Flávia percebeu a dificuldade dos zoológicos para manter com sucesso os tamanduás. Assim, ela e outros pesquisadores de diferentes áreas, fizeram um levantamento do manejo de mais de 300 tamanduás, em mais de 80% dos zoológicos brasileiros. O resultado? Um livro de referência sobre a manutenção dos tamanduás em cativeiro no Brasil.
Ao longo de seus estudos, ela definiu o primeiro protocolo de contenção química e coleta de amostras biológicas (por exemplo: sangue), dos tamanduás de vida livre no Brasil.
Ao trazer o programa “Um Mundo Uma Saúde” para o Brasil, coordenando-o junto ao Ministério do Meio Ambiente e Ministério da Agricultura, Flávia fortaleceu o conceito de Medicina da Conservação na América Latina.
Após 12 longos anos de pesquisa, os tamanduaís, que antes eram considerados apenas uma espécie: Cyclopes didactylus, foram reclassificados em 7 espécies (isso mesmo!).
Após avaliar 287 indivíduos e 33 amostras biológicas, combinando assim, dados morfológicos, morfométricos e moleculares, 6 espécies foram descobertas, todas do gênero Cyclopes: a já conhecida C. didactylus e C. ida; C. dorsalis; C. catellus; C. thomasi; C. rufus e C. xinguensis. Descoberta de extrema relevância para a conservação dos menores tamanduás do mundo!
O gênero Bradypus antes era representado por três espécies, sendo uma ameaçada de extinção e que só ocorre na Mata Atlântica do Brasil: a preguiça-de-coleira (Bradypus torquatus).
Com o estudo, foi visto que na verdade essa espécie não é uma mas duas espécies: a já conhecida B. torquatus, chamada agora de preguiça-de-coleira do nordeste por ocorrer nos estados da Bahia e Sergipe; e a recém descoberta preguiça-de-coleira do sudeste (Bradypus crinitus), que ocorre nos estados do Rio de Janeiro e no Espírito Santo.
A nossa querida presidente já contou sobre a sua história em algumas entrevistas. No site CicloVivo, você encontra a matéria Mulheres na Conservação: Flávia Miranda, clique para ler. O canal da Fundação Toyota, no Youtube, também tem episódios sobre mulheres na conservação. Assista ao episódio lindo sobre a Flávia aqui.
A Greenbond, agência de comunicação e marketing, em seu blog Bond da Conservação, também contou mais um pouco sobre essa conservacionista tão especial. E a renomada National Geographic Brasil fez uma matéria sobre a busca pelo menor tamanduá do mundo, por nossa naturalista do século 21.
Por fim, fizemos uma matéria contando quais cientistas mulheres que inspiraram a Flávia, o texto está repleto de curiosidades sobre essa grande mulher, que é uma inspiração para nós.
A Flávia também gerou muita inspiração por aí?!
Texto por: Jéssica Amaral Lara
Revisado por: Juliana Cuoco Badari
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