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No Projeto Órfãos do Fogo, os pequenos tamanduás passam por várias etapas até ganharem a liberdade. Afinal, a reabilitação e a reintrodução são processos longos e muito trabalhosos. Neste texto, contamos com detalhes, o passo-a-passo dos órfãos e te explicamos como é feito esse trabalho tão gratificante!
Antes de começarmos, vale ressaltar que fizemos um texto só sobre a espécie. Caso queira conhecê-la a fundo e entender a importância da reabilitação dos órfãos, clique aqui!
Resgatadas principalmente pela Polícia Militar Ambiental, Corpo de Bombeiros e Grupo Técnico de Resgate de Fauna, as vítimas do fogo são encaminhadas para o Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (CRAS) de Campo Grande, MS.
Ao chegar, elas passam por uma avaliação física e de saúde e se necessário, tratamentos médicos são feitos.
Estáveis, os órfãos vão para a sala de filhotes, onde ficam aquecidos e recebem uma mamadeira muito especial, com uma substituição do leite materno, quatro vezes ao dia!
Com o tempo, o desmame é realizado e assim, eles passam a se alimentar sozinhos, em cochos de alumínio. Além da vitamina, eles também ganham seus amados cupins, como enriquecimento ambiental e forma de treinamento para a soltura!
Neste momento, ao conquistar a independência da mamadeira, eles vão para recintos maiores e passam por avaliações comportamentais. Durante 17 dias, seus comportamentos são anotados por nossa equipe, em um total de 88 horas de observação.
Após as avaliações, outro grande passo na reabilitação dos pequenos tamanduás: eles mudam de lar temporário! Saem do CRAS e vão para a Pousada Aguapé, onde está localizada nossa base, os recintos de reabilitação e também, onde serão soltos.
Mas antes de sua ida, há mais um passo a ser feito ainda no Centro de Reabilitação: a coleta de material biológico para a Arca Xenarthra – o primeiro banco de material genético para a conservação dos tamanduás e seus parentes: tatus, preguiças e outras espécies de tamanduás!
Neste ambiente, os tamanduás também passam por diferentes recintos. O primeiro é o de aclimatação. Nele o contato humano já é menor, as alimentações são oferecidas preferencialmente em períodos de descanso do animal, com o menor contato olfativo e visual possível, a fim de excluir qualquer vínculo que eles possam ter do período de cuidados intensivos. Junto a essa alteração no manejo são realizados treinamentos de sobrevivência a partir de enriquecimentos ambientais.
O objetivo é simular situações diversas pelas quais eles irão passar na natureza, estimulando comportamentos de defesa, busca por abrigo e proteção, procura por alimentos, entre outros fundamentais para seu sucesso em vida livre.
Ainda durante o período de aclimatação, os tamanduás tomam banhos de sol. Nesse momento, eles são soltos em áreas adjacentes aos recintos, em ambientes abertos, onde podem forragear, estimular seus comportamentos naturais e ter outros estímulos ambientais, diferentes dos que estão acostumados. Assim, eles já começam a se habituar ao ambiente de soltura.
Após, eles vão para o recinto pré-soltura, imerso em vegetação típica do Pantanal. Aqui já não há mais contato humano, a entrada dos cuidadores é breve, sempre em períodos de descanso do animal, somente para a colocação de alimento. E os acompanhamentos são feitos remotamente.
Por esses, há a avaliação da aptidão – física e comportamental – do animal em ser solto na natureza. Os animais devem apresentar boa estrutura corporal e muscular, possuir no mínimo, 20 quilos, estado de saúde adequado, comportamentos naturais de forrageamento e defesa e ausência máxima de vínculo com seres humanos e animais domésticos. Aprovados, eles vão para a última etapa.
Dos recintos pré-soltura, os tamanduás ganham a liberdade. Acompanhados de um colete com transmissor de sinal GPS (instalado antes da soltura), eles voltam para seu lar – a natureza.
E nós, ficamos acompanhando de perto a sua jornada, afinal, o colete nos envia pontos de localização a cada 6 horas, além de dados de sua atividade, por exemplo, se está em repouso ou caminhando, permitindo o monitoramento pós soltura.
Por pelo menos um ano, acompanhamos seus deslocamentos, comportamentos e quadro de saúde. E assim, entendemos melhor a sua relação com a área, quais são suas preferências no ambiente, a melhor época do ano com relação à climatologia para a soltura e claro, vemos o sucesso de cada tamanduá.
Todas essas etapas são sinônimo de muito trabalho. E nenhuma delas seria possível sem o apoio de nossos financiadores e apoiadores:
Financiadores: IFAW, Pousada Aguapé, World Animal Protection, FIAA Aid to Animals, Fundação Grupo Boticário e SOS Pantanal.
Apoiadores: Instituto de Meio Ambiente do Mato Grosso do Sul, Grupo de Resgate Técnico Animal do Pantanal – MS, Conselho Regional de Medicina Veterinária – MS, Universidade Federal do Mato Grosso do Sul, Instituto Raquel Machado, Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Primatas Brasileiros, do ICMBio e Polícia Militar Ambiental do Mato Grosso do Sul.
E nós também contamos com o seu apoio para continuar desenvolvendo cada parte desse projeto tão importante e especial!
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Trabalhamos em prol da conservação da biodiversidade há mais de 18 anos e somos referência em pesquisa e manejo de tamanduás, tatus e preguiças.
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